Há muito tempo eu vinha procurando uma oportunidade melhor – e maior – para compartilhar com o mundo quem eu sou. Como boa ariana, gosto de viver a minha vida intensamente e de dividir essa minha intensidade interna, que sempre vi como uma característica fundamental do meu ser, com o mundo. Sempre fiz isso através da minha escrita – as palavras me empoderam para articular o que floresce na minha mente e na minha alma. Mas as plataformas que eu estava usando para me expressar, conversar com o mundo, não estavam mais me satisfazendo.
Sou apaixonada por pensar, falar, viajar, escrever, sonhar, rir e dividir. Eu passei muito tempo à procura de um espaço onde eu pudesse dar vazão para as minhas ideias, que muitas vezes não cabiam nas legendas limitadas do Instagram ou no espaço possível dentro de um Story. O Instagram, enquanto ferramenta extremamente poderosa para comunicação e disseminação de informações, não estava provando ser profundo o suficiente para mim.
Pensei muito em como chegamos até aqui. Como chegamos a venerar uma plataforma supostamente criada para a expansão e o compartilhamento de ideias, mas que simultaneamente impõe tantos limites na forma como podemos expressar as nossas mais profundas e extensas ideias, nos obrigando a recortá-las em pedaços superficiais e visualmente apelativos? Há alguns anos atrás, vimos um movimento migratório da área do blog – onde muitos escreviam, com calma e cuidado, sobre viagens, cozinha, maquiagem, moda, dicas – para o Instagram, onde tudo foi diminuído. Esse movimento prezava pela “simplicidade” da comunicação mas não ofereceu uma resposta satisfatória para o enigma das ideias que pulsavam para ser disseminadas. Sem solução, seus usuários se adaptaram a esse formato simples e superficial, priorizando as imagens em detrimento do conteúdo escrito.